24/04/2009

5 músicas que me fazem chorar

Músicas, quando são boas, mexem comigo. Mexem de maneira profunda me fazendo resgatar coisas de dentro e de fora de mim, me fazendo imaginar sensações de momentos que nunca vivi e trazendo de volta as melhores (e as vezes piores) sensações que já vivi. As emoções ficam tão despertas que meu humor se transforma por horas e as vezes por dias.

Pensando nisso, fiz uma listinha de 5 músicas que me fazem chorar:

Não Vale a Pena (de J. e P. Garfunkel interpretada por Maria Rita)
Olhos nos Olhos (de Chico Buarque por Chico Buarque)
Tema de Não Quero Ver Você Triste (de Carlinhos Brown e Marisa Monte por Marisa Monte)
Love is a Losing Game (de Amy Winehouse por Amy Winehouse)
Vai (de Simone Saback por Ana Carolina)

22/04/2009

Sobre esse lance de ser solteira

_ Você já tem 24 e nem namora ainda! Tá na hora de arrumar alguém...
_ Mas eu não tô afim de namorar agora. Me sinto bem assim.
_ Mas ficar sozinha é muito chato!
_ Então você acha que eu tenho que estar com alguém só pra não estar sozinha? Na boa, antes só do que mal acompanhada.
(...)

É esse o tipo de diálogo que muita gente tem tido comigo ultimamente. Parece que todos entraram numa onda de sempre vir me dizer que fulano é solteiro e é bem bacana ou que eu iria adorar conhecer cicrano, ainda mais agora que ele terminou o noivado, ou que tem um primo que... e outras coisas do tipo, como se estivesse escrito “carente” bem no meio da minha testa. De fato é meio punk ver suas amigas de infância casadas e algumas com filhos, mas isso não significa que eu queira ou que eu tenha que partir pra essa vida de mãe de família agora também. Acho que tenho muita coisa pra fazer enquanto solteira ainda.

Na semana anterior a páscoa, minhas três colegas de trabalho andaram de birra com seus respectivos parceiros. Foi uma semana inteira de chororô, reclamações, promessas de que “nunca mais faço não sei o que praquele fdp” e afins. E a solteira aqui (aliás a única da sala) ouvindo todas as lamentações e pensando: “putz, como é bom não ter ninguém que me faça chorar!” Egoísmo meu? Não sei. Mas de fato é bom não ter ninguém que me faça chorar.

Segunda-feira, logo após o domingo de páscoa, chegam as três com sorrisos de orelha a orelha por terem ganhado ovos de chocolate de seus respectivos problemas, digo, cônjuges. Uma delas comentou que ouviu do marido: “comprei isso aí pra você ficar menos azeda”. A outra ouviu do esposo: “cuidado pra não engordar mais ainda, heim”. E ambas sentiram-se satisfeitíssimas em serem presenteadas com chocolate. Sentiram-se tão satisfeitas, que o chocolate acalmou os ânimos entre os casais que, nem por isso tiveram suas pendengas resolvidas e, simplesmente “estão de bem” um com o outro. Na verdade, na minha visão (talvez um pouco friapessimistarealista) elas se venderam por chocolates e esqueceram o que eles haviam feito de ruim na semana anterior.
Aí uma delas virou pra mim e disse:
_“Poxa Nath, deve ser muito ruim não ter namorado... Nem chocolate você ganhou ontem!”
A outra concordou com um sonoro
_“é verdade, tadinha”.
E eu, com a maior cara de sei lá o que respondi:
_“Por que tadinha? Namorado só serve pra dar ovo de páscoa?”
_“Claro que não! Serve pra fazer companhia!”
_“Aquele tipo de companhia que o ** e o ** fizeram pra vocês na semana passada quando vocês estavam chorando e se lamentando aqui comigo? Não obrigada! Tô bem assim.”

Elas me olharam com caras de bosta e não falaram mais nada. Devem ter pensado que eu sou chata, que eu sou amarga, que estou falando mal dos parceiros delas ou qualquer coisa assim. Mas poxa, sério mesmo, juro que não é aquele “desdém de quem quer comprar” mas se eu precisar agüentar tudo o que elas agüentaram na semana anterior a páscoa só pra ganhar um ovinho dado por obrigação, e ainda ouvir uma comentário esdrúxulo e insensível ao receber o “presente”, prefiro ir sozinha ao supermercado, gastar R$30,00 e comprar meu próprio ovo!

Sem contar que estando solteira eu vou pra onde quiser e ninguém me enche o saco, saio com qualquer amiga sem ter que ouvir “você sabe que não vou com a cara dela”, posso usar saias, decotes, cabelo solto, cabelo preso, esmalte vermelhos (...) sem ouvir o famoso “Você vai assim?!?”, posso sorrir e cumprimentar quem eu quiser no corredor do shopping sem ter que explicar que o cara trabalha comigo ou que estudamos juntos em não sei que série dentre outras coisas mínimas porém inumeráveis e desagradabilíssimas. Trauma? Chatice? Antisociabilidade? Não sei. Só sei que só de pensar nessas coisas me dá uma sensação imensa de prisão e de infelicidade.

Tudo bem que ser solteira nem sempre é fácil. Sábado por exemplo fui a um casamento e passei frio com vestido de alcinha sem que ninguém me oferecesse um terno ou ao menos um abraço. Todos os casais de amigos presentes na festa foram embora cedo e eu fiquei lá, sozinha na mesa. Levantei e fui pra pista dançar. Mas... com a bolsa na mão? Deixo com quem então? Fiquei sentada mais um pouco pensando no que fazer para me divertir, sem companhia, sem papo, com frio. Depressivo, né? Optei por ir embora também, super cedo por sinal e um pouco triste.

As vezes rola uma vontade de pegar um cinema ou sair pra comer e nessas horas nenhuma amiga pode ir com você porque estão todas ocupadas com seus pares. Sem contar que a gente acaba aprendendo a ser meio macho pra certas coisas... Se bem que pra mim, ser solteira não é difícil nesses aspectos. Sempre tomei decisões sozinha, sempre dirigi, sempre subi 4 andares carregando sacolas pesadas, sempre paguei contas, sempre me virei e realizei tarefas que normalmente as mulheres dividem com os homens. Mesmo namorando acho que sempre fui muito independente, o que inclusive chegou a incomodar bastante um ex-namorado.

Falando em ex-namorado, acho que as minhas experiências amorosas (ou desamores?) contribuem -e muito- pra que eu seja tão convicta da minha solteirice. Sou mais feliz e mais completa sozinha. Para mim, estar junto nunca significou estar acompanhada, sempre me senti sozinha, arrastando um peso comigo... por isso me desfiz do peso, e passei a caminhar mais facilmente, sem nada que me prendesse.

A solteirice por opção tem me proporcionado prazeres muito maiores do que qualquer namoro já proporcionou. Dizem que “o primeiro e único amor, é o amor próprio” e esse me tem feito muito bem. Estou feliz, coradinha, mais cheinha (e pra mim isso é uma benção!), com muitos amigos (que nem sempre podem me acompanhar mas que ainda assim são bons amigos), tô curtindo minha liberdade, minha vida, tô ME curtindo. Enfim, é isso: estou sozinha e estou bem. E pode deixar que na hora que eu quiser alguém, eu mesma me encarrego de procurar, viu?

Beijosmeliguem, afinal, eu to solteira! rsrsrs