07/04/2011

Já passou

Me lembrei de um dia de inverno em 2007. Inverno dentro e fora de mim. Ia rolar um show do Lenine no SESC pertinho de casa. Chamei mãe, irmão, melhor amigo, amiga, vizinho... Ninguém queria podia ir.


Fui sozinha. Lenine cantando e meu Deus, como doía! Um aperto tão grande no peito, uma tristeza tão profunda, que a dor chegava a ser física. As letras me faziam pensar no que eu estava vivendo – e eu ali sozinha, no meio da multidão de desconhecidos. Não tive dúvidas: Sentei no chão, no meio do povo, e chorei feito criança apanhando.

04/04/2011

Meus bebês

Uma das poucas coisas boas de ter vivido por quase três anos numa casa foi ter tido a oportunidade de adotar dois cachorros. A primeira adoção foi planejada, lemos a respeito, procuramos, fomos a um abrigo de cães abandonados e escolhemos uma vira lata grande de pelos pretos. Hoje tenho a certeza de que ela nos escolheu e não nós a ela. Demos o nome de Maria Eduarda, a Duda.

Meses depois, uma colega telefonou contando que abandonaram um cachorrinho recém atropelado, todo machucado no portão da casa dela. Ela o levou ao veterinário, cuidou, deu remédios, mas não poderia ficar com ele porque já tinha outros três, todos adotados nas mesmas condições. Foi assim que o Carlos Eduardo, o Cadu, chegou à minha casa. Éramos inexperientes no assunto criar animais. Foi preciso ter chinelos comidos, ter tapetes ruídos, xixi dentro de casa, vasos quebrados... Errar e acertar muito até aprendermos a cuidar deles, impor limites e manter a casa em ordem.

Nesse meio tempo aprendi que cachorros são ótima companhia, que eles sentem quando estamos tristes, que eles são extremamente carinhosos, são espertos, são muito divertidos e que fazem coisas de propósito só pra gente dar carinho e atenção. Cachorros são quase como crianças e eu aprendi a amá-los, MUITO.

Acontece que por motivos diversos estou me mudando para um apartamento e PRECISO DOÁ-LOS. “Mas Nathália, você não pode levar os cachorros para o apê?” Posso, o condomínio permite animais, mas os cachorros são de médio pra grande porte e foram criados num quintal grande, certamente terão dificuldade pra se acostumarem ao pouco espaço de um apartamento. Agora pensando no meu lado: Alguém consegue imaginar a bagunça, a sujeira, o cheiro e a quantidade de objetos/móveis que serão destruídos até que os cachorros se adaptem a ficarem sozinhos num lugar pequeno?

“Mas Nathália, você tá sendo egoísta!” Não, só to sendo realista. No mais, eles não poderão correr, não poderão brincar, terão que fazer xixi e cocô num espaço minúsculo na lavanderia e passarão a viver tosados, de unhas cortadas e presos. Lá em casa todo mundo trabalha e estuda, portanto, o tempo que teremos pra levá-los pra passear na rua, tomar sol e correr um pouco, vai ser mínimo. EU REALMENTE NÃO QUERO ISSO PRA ELES!

“Mas Nathália, você não tem dó de separá-los ou de abandoná-los?” Não, não tenho. Meu hobby é adotar animaizinhos pra mais tarde abandoná-los ¬¬ Óbvio que tenho, né? Eu adoro esses bichinhos, sentirei muito a falta deles e sei que eles sentirão a minha, mas não tenho opção, o melhor pra eles e pra mim é que eles tenham um novo lar.

O que eu mais quero é que alguém que goste de bichos adote um ou os dois. Sei que se a pessoa adotar, vai ser para tratar com carinho. Se você tá lendo isso (se é que alguém ainda me lê), por favor, me ajude a divulgar.