13/04/2009

"De repente fico rindo a toa sem saber por que"


"E vem a vontade de sonhar de novo te encontrar
Foi tudo tão de repente, eu não consigo esquecer"


heheheh

Começo meu post com Bethânia porque além dessa música magnífica não sair da minha cabeça desde ontem a noite, ela expressa um pouquinho do que eu vou falar. Talvez (na verdade muito provavelmente) eu não consiga expressar aqui, com exatidão ou no mínimo clareza, o que eu quero dizer porque além de ser dificílimo descrever sensações e sentimentos, ainda mais através da escrita, é tudo meio confuso e eu tô muito feliz, muito contente, muito... eufórica! Acho que essa é a palavra, eufórica.

Tô numa euforia quase adolescente! No último dia 22/01, também conhecido como ontem, fiz algo que eu nunca tinha feito em toda a minha vida.
O que eu fiz não combina nem nunca combinou em nada com a minha personalidade. Nunca me imaginei fazendo algo parecido e, olhando para trás, ainda não acredito muito bem no que eu fiz. hahah Tô parecendo a Clarice Lispector em "A Hora da Estrela", tô totalmente metalinguística, converso com o leitor, falo de mim, falo do que eu quero contar, falo de como contar... mas não conto logo de uma vez! Vamos então a minha Macabéa, direto ao ponto: Eu aguardei quase duas horas por um bate papo entre um artista e seu público, me propus a disputar espaço com menininhas semi histéricas de 15 anos que são fãs do cara, acompanhei e participei de todo o bate papo que durou pouco mais de uma hora e, para finalizar, esperei entre tantas outras numa fila imensa para entregar uma cartinha que eu fiz (!) e tirar uma foto com o tal cara. Juro mesmo que me senti idiota.

Me senti idiota porque, como já disse, isso não combina nadinha comigo e eu fui ao tal bate papo achando na verdade que pouco haveria alí de bate papo, que tudo se resumiria em fãs enlouquecidas e depois um cara metido a besta autografando e tirando fotos. Ledo engano. Valeu a pena ter ído!!! Valeu totalmente a pena! Me surpreendi com o público que, de modo geral, soube se comportar e participar do bate papo com perguntas pertinentes. O barulho do café que havia ao lado do palco, trouxe certo incomodo para nós ouvintes e para ele que certamente se preparou para aquele momento e demonstrou-se frustrado com a falta de respeito pela sua arte. Houve uma briga entre o tintilhar (essa palavra existe?) de xícaras e colheres o o dedilhar do violão.

Mas o fato é que pouquíssimas pessoas me atraem ou já me atraíram a ponto de eu ir atras, dispor do meu tempo e querer ouvi-lo. Admiro o trabalho do cara, admiro sua personalidade, seus gostos, o modo como ele fala e, principalmente, o modo como ele escreve. Me identifico com ele. Pode parecer bobo, adolescente demais, mas é sério mesmo! Nunca fui fã de blogs, mas o dele eu gosto muito de ler. É inteligente. Inteligentíssimo como diria José Dias (o agregado em "Dom Casmurro"), e para mim isso já é quase tudo. Pessoas inteligentes são, quase sempre, admiráveis, e ele além de tudo é artista... putz! Acho que já escrevi aqui alguma coisa sobre a minha opinião em relação aos artistas, principalmente músico e escritores. (Por artista entenda-se aquele que faz arte, não necessariamente famoso).

Sobre o bate papo: Achei brilhante o paralelo que ele construiu entre Machado e "Nessa Rua" tocado naquela versão. Gostei mais ainda da licença (e criatividade) poética que ele usou para interpretar através da música "O Velho Diálogo de Adão e Eva" e o "De Como Não Fui Ministro D´Estado", dois capítulos de Memórias Póstumas de Bras Cubas (meu livro favorito junto com Cem Anos de Solidão, do García Marques). Sou fã das obras Machadianas. Tudo o que é BEM feito em relação a Machado e sua obra, me emociona e "O Velho Diálogo de Adão e Eva" feito por ele me emocionou.

Acho bacana a consciência que ele demonstra ter a respeito do seu papel enquanto formador de opinião, enquanto pessoa pública em quem muitos acabam se espelhando. Sempre me pareceu que ele faz uso de seu papel público com muita responsabilidade e com muita propriedade, tentando incutir em suas fãs bons hábitos musicais, hábitos de leitura, hábitos de higiene e de cultura de um modo geral. A parte da higiene é brincadeirinha... heheh. Mas o que importa é que ontem constatei que tudo isso é verdade, tudo isso e muito mais. Não vi nele aquela demagogia chata, aquela coisa de obrigação em cumprir um papel social. Não fosse o fato de haver flashs, jornalistas, fãs com cartas quilométricas e toda essa parafernália, ele me pareceria uma pessoa absolutamente comum, como eu e você. (eu sou comum?!?)

Poxa! É legal saber que ainda tem gente que estando em posição de destaque não se use disso só para o próprio crescimento, e que não aja com arrogância ou soberba em relação aos demais. Digo que constatei tudo isso porque ao término do bate papo, enquanto as mais afoitas corriam para tirar fotos e pedir autógrafos, sentei-me na beira do palco e comecei a escrever a cartinha que mais tarde entreguei em suas mãos. Sentada na beira do palco pude acompanhar bem de perto o modo como ele atendia a cada um que chegava, pude até em alguns casos ouvir as conversas. Simpaticíssimo!
Mas o melhor é que eu mesma pude conversar com ele. Sim, eu conversei com ele! E como estou feliz por isso... Aliás não só eu falei com ele, minha mãe também falou pelo meu celular. Ele disse à ela que eu era muito bonita (imagine meu sorriso indo de orelha a orelha...) e minha mãe respondeu que árvores boas dão bom frutos.
Conversei com ele por um tempinho considerável. Ai! O vocabulário rebuscado não é fruto de roteiros bem escritos, o jeitinho charmoso não é para a televisão, as tiradinhas inteligentes também não são de mentirinha. Ele é todo assim, de verdade verdadeira. E ele foi tãaao atencioso comigo! Tirei foto, abracei, beijei, entreguei a tal cartinha, elogiei o fato do papo ter rolado num nível legal, disse que gostei da temática machadiana, ele perguntou se eu trabalhava por ali mesmo (acho que essa pergunta rolou por causa do modo como eu estava vestida), perguntou quantos anos eu tinha, dei minha opinião sobre o blog, ele concordou numa coisinha, deu o parecer dele em outra, fez um comentário aqui, eu fiz outro acolá, blá blá blá... e mais um monte de coisinhas que só são interessantes pra mim. Coisas que me deixaram na maior empolgação. Ai, ai! Ele sabe como fazer uma fã feliz! rsrsr
Quanto a idéia de galã... Sim, ele é meio galã! Mas sinceramente achei que foi muito mais tipo do que da personalidade dele. Eu diria 40% personalidade, o restante era tipo. Uau!! Agora que me dei conta de que estou aqui toda empolgada dizendo que ele isso, ele aquilo, mas não disse quem é ele! Ele é o Rafael Cortez, jornalista, ator, violonista e repórter do CQC. Acho que a fotinho entregou, né? Essa fotinho foi tirada no dia desse nosso encontro... Ai, ai!
(Publicado em 23/01/09 no meu blog antigo)

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