13/04/2009

Do que eu queria ser mas não sou e nem sei

Os meus bolos ficam gostosos, mas têm uma cara péssima.
Minhas mãos não se dão aos bordados, crochês e afins.
Tenho bons ouvidos, mas não toco instrumento algum. Apesar das aulas de canto, não canto nada.

Faço uma faculdade na qual não me encontrei.
Gosto de dançar mas não danço. Gosto de atuar mas não atuo. Acho lindo desenhar mas não desenho.

Queria ser inteligentíssima. Ser uma mulher culta, lida, capaz de conversar minimamente sobre quase todos os assuntos, das ciências biológicas às histórias das civilizações antigas. Não que eu quisesse ser uma enciplopédia ambulante, uma pedante, dona de um conhecimento frio a serviço do nada, mas alguem capaz de refletir criticamente sobre os mais diversos temas e principalmente capaz de poder agir a favor de algo ou alguem usando o meu conhecimento como ferramanta. Mas não o sou e nem o faço.
Mas a minha grande paixão... Ai, a minha paixão... Sou apaixonada pela arte da escrita. Quando leio algo que eu julgue realmente bom, fico dias com aquilo na cabeça, fico escrevendo mentalmente minhas reflexões sobre o que li. Fico pensando em como é possível alguém escrever tão bem de modo que os personagens mais surreais pareçam reais e, por mais estranhos que nos sejam, consigamos nos identificar com eles. Como é que choramos ou rimos quando lemos uma historia que sabemos não ser real? Como é possível uma invenção conter tanta verdade a ponto de nos comover?
Fico imaginando como seria bom fazer o mesmo e algumas vezes até tento. Em vão.
Queria ser uma romancista. Criar personagens com características bem trabalhada, deixa-los com uma personalidade tão própria e tão forte que pudessem eles próprios contar suas histórias através das vidas que eu lhes daria e do mundo que criaria ao redor deles. Mas... eu não consigo!

E que raiva eu tenho de não conseguir!
(Publicado em 15/12/08 no blog antigo)

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